segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Wave Blend

Segue breve relato da minha experiência narcotico-antropológica na Polônia de um mochilão que fiz ano passado com uns amigos. Antes de tudo preciso fazer uma recomendação. Se for viajar, não leve animais com você, é foda.

Cracóvia é uma das maiores cidades da Polônia e tem muita história... Hehehehe, história! Cidade limpa, povo educado, birita barata, mulheres lindas. Uma combinação explosiva. Um coquetel Molotov para três fanfarrões cariocas. Pois é, pousamos lá no verão de 2008. Nem rolou vandalismo.

Sempre acreditei na máxima "não se mistura bebida", a clássica recomendação de não misturar fermentados com destilado e etc. Clássica, porém não infalível. Desmistifiquei esse conceito num porre homérico e de ressaca de baixa intensidade.

Tudo começou cedo... Jantarzinho romântico com os outros dois marmanjos que estavam comigo. Antes rolou um pito... Hehehehehe. Uma especiaria jamaico-holendesa adquirida nos primórdios da viagem e encontrada por acaso na mochila de alguém. CRAZY! Nada como um laricão bem atendido. Na sequência vieram algumas cervejas regionais e cigarros convencionais.

Depois de tomar um Engov decidimos fazer um entourage nas redondezas, visitar alguns lugares pré-identificados na noite anterior. GO-GO-GO! A primeira parada foi um lugar com música ao vivo... Pop-rock internacional da melhor qualidade acompanhado de vinho e mais cigarros. Na ausência de mulheres fizemos uma sessão de fotos conceituais, uma diversão com tendência homosexuais. VAZARE!

Vagamos por alguns bares de menor porte bebendo suco cevada continuamente. Até que nos deparamos com a seguinte situação: mulheres nos chamando para ir na boate. Muito estranho! No ápice da minha ébrio-razão desconfiei de uma tocaia estilo canto da sereia polonesa. Esse receio durou pouco e entramos no recinto. I AM GOING IN!

Já dentro pude curtir um eletro da melhor qualidade, embalado por uma mistura de vodka/whisky com Red Bull, ambos e vice-versa. Eu podia voar. Até peguei mulher com minha dançinha sensual. Foi foda, parecia que cada passo era um chamado de acasalamento, cada gota do meu suor exalava do feromônio "vemnimimqueeutofacinho". Peguei duas, ao mesmo tempo... Hehehehe. Algo inédito até então. BEAUTIFUL!

Em dado momento tive a iluminação "ESTOU DOIDALHASSO!!!". Fato venérico. Rolou uma saída pela tangente com um pit stop já combinado... Comer um sanduíche no McDonald´s. Eu fui incapaz de escolher meu próprio pedido, alguém disse "Pede um cheddar porra!" e eu concordei. A partir daí o alcool me dominava cada vez mais. Me arrastei até o apartamento como um macaco cego e caí nos braços de Morfeu.

O day-after foi menos tenebroso do que pode-se imaginar. Umas 5h depois pegamos um ônibus para Auchwitz e ainda bêbado na fila do campo de concentração pude fazer algumas piadinhas de humor negro. A ausência de alguns detalhes como nomes e localização no tempo-espaço pode ser explicada. Mas para bom entendedor, meia palabas.

Não passa de um mito esse negócio de passar mal misturando bebida. As pessoas passam mal porque bebem para caralho! Essa é a verdade. Ocorre que bebemos mais do que devemos sem perceber. Tem o fator biológico também, quando você começa bebendo cerveja, seu corpo se prepara para metabolizar cerveja e de repente você manda um drink exótico de cachaça com pimentão. Fode todo o seu preparo metabólico! O álcool tem um tempo para ser absorvido pelo corpo... Uma bebida leve vai sendo absorvida aos poucos, um shot de tequila é uma injeção de etanol na veia. A duração da onda é inversamente proporcional à sua intensidade. O que manda é a moderação.

Esse negócio de misturar bebida é que o há. É o Ó do borogodó. É bagulho doido, surtação pura. Tem que misturar mesmo, foda-se. A probabilidade de dar merda é grande, mas os benefícios são insuperáveis. O ônus e o bônus. Tem que misturar as onda toda, bibida, cigarro, dogras, emplastros de hormônio, dança transcendental...

Pense na harmonização de diferentes ondas ao mesmo tempo. O relaxamento que a nicotina induz ao corpo, o espírito demoníaco que você incorpora com whisky + red bull, a psicodelia da vodka, aquela irreverência da cerveja, o aumento da libido do vinho e por aí vai. Harmonizar isso tudo é uma viagem sensorial única.

Logicamente que você pode usar do bom senso, porra. Engovzinho, energético para não apagar, estômago cheio, adrenalizando na dança etc. Ideal também é ter companhia para o caso de precisar de um backup. Recomendo, mas surte com moderação.

Cullus bebedorum dominus non habet.
(Cú de bêbado não tem dono). - Provérbio latino

4 comentários:

  1. nunca concordei com esse lema de nao misturar bebida. eh cántigo de sereia, purinho!
    o ponto cabalistico eh o controle ou descontrole (na maior das vezes) do alcool que circula e absorve-se.

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  2. Pois é, uma vez até vi uma planilha do Excel que fazia um gráfico de controle para efeito de teste do bafômetro. Acho que rolava de fazer um programinha para celular, só de sacanagem... Hehehehehe.

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  3. E você precisou ir até a Polônia pra descobrir isso? Te contar...

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  4. A verdade não marca hora e lugar para aparecer.

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